Abstract:
Esta dissertação quer enfrentar a vida do escritor angolano José Luandino Vieira que cumpriu, como preso político e culpado de ser um terrorista por causa do seu laço com o Movimento pela Libertação de Angola na altura do regime salazarista, quase doze anos de prisão, de 1961 até 1972, nas cadeias de Angola e no Campo de Trabalho de Chão Bom no Tarrafal, em Cabo Verde. Para isso se tornar possível, utilizou-se como ponto focal do trabalho uma obra, Papéis da prisão, de 2015, que graças a dois anos de trabalho da equipe composta por Margarida Calafate Ribeiro, Mónica V. Silva e Roberto Vecchi foi possível reunir todos os fragmentos e as cartas compostos pelo autor e afortunadamente conservados. Depois ter introduzido os factos históricos daquela época, tanto em Portugal quanto em Angola e ter apresentado o autor e sua obra, o trabalho analisará em detalhe os dois tempos da prisão do autor. O primeiro refere-se à época de Luanda, com o autor que apesar de se encontrar preso pelo menos ficava na sua cidade, junto com a família dele. O segundo ocupar-se-á dos anos em Cabo Verde, aqui afastado dos seus familiares e da sua terra. A intenção é ver como os dois contextos diferentes tiveram influência no homem Luandino e também na sua produção literária.